Lausanne: impressões e destaques

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Entre os dias 22 a 27 de setembro, na cidade de Incheon, na Coreia do Sul, ocorreu o quarto encontro de Lausanne. A CBN esteve representada por seu presidente, Pr. Filipe Espindola, e seu secretário geral, Pr. Esdras Dias. Foram dias gloriosos na presença de Deus e de muito aprendizado e comunhão.

O Primeiro Congresso Internacional sobre Evangelização Mundial em Lausanne, Suíça, em 1974, foi iniciado por Billy Graham, John Stott e outros. – “O EVANGELHO TODO PARA O HOMEM TODO” – MISSÃO INTEGRAL.

A segunda conferência em 1989 foi realizada em Manila, o foco missional passou a ser a Janela 10/40, a região do mundo menos alcançada pelo evangelho;

A terceira conferência ocorreu em 2010, na Cidade do Cabo. O Compromisso da Cidade do Cabo incluiu o foco em questões sociais como pobreza, injustiça e gestão ambiental. 

A quarta conferência foi realizada de 21 a 28 de setembro de 2024 em Incheon, Coreia do Sul. Cerca de 5.300 delegados de 202 países estavam reunidos. Tema: Deixe a igreja declarar e exibir Cristo juntos. 

Estiveram presentes cerca de 5300 irmãos de 202 nações, uma representação maior que a da própria ONU (Organização das Nações Unidas). Palestrantes de várias nacionalidades e irmãos da igreja perseguida nos edificaram com suas ministrações e testemunhos, muitos destes nos levaram às lágrimas e a um sentimento de que devemos refletir acerca da liberdade da igreja brasileira e o que estamos fazendo com ela.

Dentre os destaques, podemos apresentar os seguintes:

 MINISTRAÇÕES: 

1. Sara Breuel – O Arrependimento Prepara o Caminho para o Avivamento; 

2. Anne Zaki – A Necessidade da Unidade da Igreja e a Orientação do Espírito Santo; 

3. Julia Garschagen – Testemunho Cristão no Local de Trabalho. – MISSÕES NO LOCAL DE TRABALHO, O MAIOR CAMPO MISSIONÁRIO.

DADOS IMPORTANTES:

LINK PARA AS MINISTRAÇÕES: 

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TESTEMUNHOS:

Ruby: 

• Perdeu o pai aos 11 anos, a mãe aos 13 e foi traficada, presa e abusada aos 16.

• Forçada à exploração sexual online; inicialmente queria sair, mas foi presa por dívidas.

• O traficante tomou todos os seus ganhos, tornando a fuga impossível.

• Ameaçada com uma faca por outra vítima após clamar por ajuda.

• Em desespero, orou a Deus por resgate.

• Foi resgatada por assistentes sociais da International Justice Mission (IJM) em 13 de julho de 2013.

• Recebeu apoio jurídico e emocional da IJM durante o processo de cura e julgamento.

• Perdoou seus traficantes e orou por eles no tribunal.

• Formou-se na faculdade em 2019 e agora trabalha em tempo integral.

Farshid Fathi (Irã):

Em 26 de dezembro de 2010, Farshid e outros pastores foram presos pelos serviços de inteligência iranianos, acusados de agir contra a segurança nacional por evangelizar. Ele passou cinco anos na prisão, incluindo quase dois anos em confinamento solitário. Mesmo sem ver a luz do sol, ele testemunhou que o Senhor foi sua luz e salvação. Foi libertado em dezembro de 2015, após 1.820 dias de prisão.

O testemunho de Farshid enfatiza que a perseguição é parte da história cristã, mas não o fim. Ele vê o sofrimento como uma manifestação do amor de Cristo e incentiva os crentes a permanecerem firmes em sua fé, especialmente em áreas de perseguição.

Sara Akhavan (Irã | Argentina)

Em 26 de dezembro de 2010, a polícia bateu à sua porta e a prendeu. Ela foi colocada em confinamento solitário e, inicialmente, ficou muito desanimada. Quatro

dias depois, ouviu a voz de Deus, lembrando-a de Sua presença. Após 37 dias, foi libertada.

O testemunho de Sara ilustra a perseverança da igreja no Irã. Sua história de plantação dei grejas, prisão e retorno ao campo demonstra uma fé inabalável e obediência ao chamado de Deus, destacando o papel significativo das mulheres no ministério e o avanço imparável da Palavra de Deus, mesmo em meio à oposição.

IGREJA PERSEGUIDA: COREIA DO NORTE – VISITA A DMZ 

Tivemos a oportunidade de visitarmos a fronteira da Coreia do Sul com a Coreia do Norte, conhecida como DMZ – Zona Desmilitarizada, uma faixa de 250 metros entre as duas Coreias, onde é permitido observar a movimentação de pessoas em ambas as nações, que estão separadas há setenta anos. Foi um tempo de choro e clamor pelos norte-coreanos. Fomos despertados para a necessidade de orarmos mais por esta nação, que é a primeira no ranking da igreja perseguida, sendo o país mais fechado para a pregação do evangelho. Apesar disso, estima-se que cerca de 300 mil cristãos estão cultuando ao Senhor sob a terra.

MINISTRAÇÕES E MESAS DE TRABALHO

Além das ministrações e testemunhos, tivemos momentos de discussões acerca das 25 lacunas (GAPS) que precisam de ênfase no movimento de evangelização mundial, tais como:  o envelhecimento da população global; a nova classe média; alcançando a próxima geração; islã; secularismo; povos menos alcançados; a bíblia na era digital; formatos de igreja na era digital; o discipulado na era digital; evangelismo na era digital; IA e transumanismo; sexualidade e gênero; saúde integral; missão policêntrica; mobilização policêntrica de recursos; integridade e anticorrupção; integração entre espiritualidade e missão; desenvolvendo o caráter da liderança; movimentação de povos; comunidades urbanas; comunidades digitais; etnicismo e racismo; cristianismo, radicalismo político liberdade religiosa; cuidados com a criação e com os vulneráveis; influência do cristianismo na sociedade.

Todas as ministrações foram baseadas em Atos dos Apóstolos e os temas principais foram: O Espírito Santo, Perseguição, Concílio de Jerusalém, Local de Trabalho, Justiça, Unidade da Igreja, Meio Ambiente, Servidão, Quebrantamento, levando o evangelho a todo o mundo.  

A IGREJA COREANA

Fomos recebidos de forma primorosa pelos nossos irmãos Coreanos, um povo hospitaleiro e solícito. Todos os dias éramos abordados por eles com orações, cânticos e placas com palavras abençoadoras. Mais de 1600 voluntários da igreja coreana se colocaram à disposição para servir nos dias do evento. Havia uma corrente de oração formada por cerca de 6000 irmãos de todas as igrejas da Coreia. Fomos agraciados ainda com uma apresentação acerca da história da igreja coreana, baseada nas doze pedras de Gilgal, que representaram os momentos dessa igreja:

1. O Avivamento de Pyongyang

2. A Gênese da Igreja Coreana

3. Contribuições dos Primeiros Missionários

4. Cultura de Fé da Igreja Coreana

5. Dominação Colonial Japonesa e o Movimento de Independência

6. Divisão da Igreja e a Guerra da Coreia

7. Reconstrução Pós-Guerra e Crescimento da Igreja

8. Globalização e Missões

9. Desafios e Reflexões para a Igreja Coreana

10. Grupos Não Alcançados e Missões na Coreia do Norte

11. Impacto da Pandemia e Perspectiva Futura

12. Conclusão: Ação de Graças, Arrependimento e Esperança

DECLARAÇÃO DE SEUL

Ao final do encontro foram produzidos muitos relatórios e diversos documentos, dentre eles a Declaração de Seul, que reafirma o Pacto de Lausanne e acrescenta pontos relevantes para o cumprimento da grande comissão. A declaração ficou resumida desta forma:

Que a igreja anuncie e demonstre Cristo, unida!

I. O Evangelho: a história que vivenciamos e contamos

II. A Bíblia: as Escrituras Sagradas que lemos e obedecemos

III. A Igreja: o povo de Deus a quem amamos e edificamos

IV. A Pessoa Humana: a imagem de Deus criada e restaurada

V. Discipulado: nosso chamado à santidade e à missão

VI. A Família das Nações: os povos em regiões de conflito a quem vemos e servimos em nome da paz

VII. Tecnologia: a rápida inovação que discernimos e administramos

Conclusão

Clique aqui para Acessar o Texto Completo

UM POUCO DO CÉU

De tudo que vimos e ouvimos, não podemos permanecer como estamos. Lausanne nos provocou um impacto que reverberará para a vida toda. Nossos ministérios e funções denominacionais terão outra forma de compreender a Grande Comissão e suas formas de anunciação.

Experimentamos uma gota do que nos apresenta o texto do Apocalipse (7.9). Povos de várias tribos, línguas e nações presentes em um só ambiente de adoração e aprendizado de Deus. A beleza da criação e da humanidade estiveram reunidas para o compromisso de anunciar e declarar Cristo, unidas.

Lausanne se reunirá em 25 anos. Até lá há muito o que fazer para que o evangelho alcance os confins da Terra. Que Deus nos dê a graça de contemplarmos os resultados desse encontro e que a CBN seja parte integrante e integral dessa jornada.

Pr. Esdras Dias
SGA-CBN   

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